quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

Meu Tio

Meu tio Armando se foi ontem. Mais um ente querido, é a vida, que é finita, todos sabemos. Mas normalmente não pensamos muito nisso.
A morte de alguém importante para mim me traz duas sensações muito distintas: a tristeza da saudade, compartilhada com a família, e a sensação de que meu dia vai chegar - é como se houvesse uma fila, e agora é um a menos na minha frente.
Acredito que a morte não seja o fim, não só por motivos religiosos ou místicos. Creio que alguém vive enquanto for lembrado, enquanto estiver no coração de outro alguém, enquanto servir de exemplo para os mais jovens. Em suma, alguém vive enquanto viver o seu legado, a sua obra.
E qual o legado que meu tio deixou? Imenso, pois ele era uma pessoa muito popular, sua casa vivia cheia de gente, parentes, amigos, amigos-parentes. Ele ajudava muitos de muitas formas, sem grandes discursos, mas com ação e atenção efetiva. Tinha uma personalidade marcante, uma certa irreverência no trato, gostava de se divertir em boa companhia, e era muito apegado à família. Em suma, uma pessoa muito importante para os que com ele conviveram.
Assim, creio que meu tio ainda terá vida longa, pois sei que muitos ainda se lembrarão dele com carinho, com gratidão, por muito tempo ainda.
Mas resta ainda a segunda sensação: um dia vai chegar a minha vez, e a sua também, tenho certeza disso. E fica a pergunta: o que vou deixar por aqui quando eu me for? Qual o meu legado? Será que sou importante para alguém?
Para terminar, devo dizer que, em minha crença, só vai conosco o amor que conseguimos compartilhar com quem está ao nosso lado nessa jornada. O resto fica pelo caminho.

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